Setor do tabaco trabalha pelo fortalecimento do sistema integrado para vencer desafios

O futuro da cadeia do tabaco no País foi pauta da edição de dezembro da reunião-almoço Tá na Hora, realizada nesta terça-feira (3). O tradicional evento empresarial da Associação Comercial e Industrial (ACI) de Santa Cruz, um dos maiores do interior do Estado, teve como painelista o atual presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), Valmor Thesing. Com o tema “Tabaco: desafios e oportunidades”, o encontro reuniu diversas lideranças e empresários da região, no restaurante do Hotel Águas Claras.
Na saudação de abertura, o presidente da ACI, Ario Sabbi, reforçou a importância da cadeia de tabaco para a economia regional. “O tabaco não é somente um grande gerador de empregos e tributos, mas uma referência em inovação, práticas de gestão e de sustentabilidade”, frisou. O dirigente lembrou ainda a trajetória centenária da entidade de apoio ao desenvolvimento do município e região e ratificou o compromisso da ACI “de estar ao lado de todos os entes desta cadeia produtiva, em defesa da manutenção do seu protagonismo no cenário econômico brasileiro e mundial”.

Para Valmor Thesing a união da cadeia produtiva do tabaco é fundamental para a manutenção do Brasil na liderança do mercado mundial e para atacar os desafios do setor. “Temos trabalhado de forma muito intensa para o fortalecimento do nosso sistema integrado. Essa união é imprescindível”, comentou o executivo, listando os grupos de trabalho que estão em andamento junto com a representação dos produtores sobre temas como integração, sustentabilidade, qualidade e inovação.
Os principais mitos e fatos que envolvem o setor do tabaco também foram apresentados ao grupo com o paper Assunto Controverso, Contraponto Necessário, documento que descontrói as principais narrativas sobre o setor. “Sempre que ouvirem algo controverso sobre o tabaco, em especial sobre temas relacionados a agrotóxicos, trabalho infantil, monocultura e renda, convido a consultar esse documento”, sugeriu Thesing.
Entre os desafios enfrentados pelo segmento, o presidente do SindiTabaco listou o combate ao mercado ilegal e os desdobramentos da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco. “O governo brasileiro é um dos nossos principais sócios, leva anualmente mais de R$ 16 bilhões em impostos. É um contrassenso esse mesmo governo ser protagonista na adoção de medidas restritivas”, declarou.
Novos Produtos – Proibidos desde 2009 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o consumo dos Dispositivos Eletrônicos de Fumar (DEFs) quadruplicou nos últimos quatro anos, passando de 500 mil consumidores em 2018 para mais de 2,9 milhões em 2023 (Ipec). Dados que demostram que o produto em circulação hoje no País não é produzido por uma indústria legal, com controles sanitários rígidos.
Para o dirigente, a defesa pela regulamentação dos DEFs deve ser um tema especialmente importante para Santa Cruz do Sul e região, pelo potencial incremento de geração de renda, impostos e empregos. “Santa Cruz do Sul é o terceiro município em arrecadação, resultado direto da indústria do tabaco. Olhar para os novos produtos e defender a participação da cadeia produtiva estabelecida aqui no Brasil neste novo negócio global é também olhar para o futuro da nossa cidade e região”.
Segundo o executivo, o uso de dispositivos com nicotina líquida já representa 20% do mercado mundial e a sua produção necessita da matéria-prima que a região tem em abundância: tabaco. Mercado que está em ampla expansão e já tem um faturamento anual estimado em US$ 320 milhões. “Mais de 100 países já regulamentaram o uso destes produtos e este é o mercado potencial que estamos perdendo aqui no Brasil”, comentou.
Ainda de acordo com Thesing, práticas regulatórias em diversos países demonstram que a criação de regras que definem padrões de qualidade, especificações de produto, práticas de marketing e acesso à informação são mais eficientes na proteção da saúde pública que a mera proibição.
Sobre o palestrante
Natural de Santa Cruz do Sul, formado em Economia, pela UNISC, e Técnico em Contabilidade, Valmor Thesing iniciou sua carreira no setor de tabaco na empresa Tabacos Brasileiros, atual Universal Leaf. Nestes mais de 40 anos de experiência no setor, trabalhou como diretor administrativo nas áreas de Contabilidade, Suprimentos e Logística, e de Recursos Humanos. Também é conselheiro do CONCEX/FIERGS. Por mais de uma década ocupou o cargo de vice-presidente de Recursos Humanos do SindiTabaco, onde passou a atuar como presidente da entidade, desde outubro de 2024, assumindo também como diretor-presidente do Instituto Crescer Legal.
O Tá na Hora tem o patrocínio da JTI, UNISC, Philip Morris Brasil, Gazeta Grupo de Comunicações, Universal Leaf, Unimed, BRDE e BAT.