Mulher vive há mais de dois meses com rim de porco e se torna símbolo de esperança para transplantes

Nos Estados Unidos, Towana Looney, de 54 anos, tornou-se a primeira pessoa a sobreviver mais de dois meses após receber um rim de porco geneticamente modificado.
A cirurgia foi realizada em novembro de 2024 por uma equipe do NYU Langone Transplant Institute, em Nova York. Desde então, Towana se mantém saudável, sem sinais de rejeição e com a função renal normalizada. O procedimento faz parte de uma linha de pesquisa conhecida como xenotransplante, que busca utilizar órgãos de animais geneticamente modificados para suprir a crescente demanda por transplantes.
Uma nova chance de viver
Towana enfrentou anos de desafios antes da cirurgia. Em 1999, ela doou um rim para a mãe, que sofria de insuficiência renal. No entanto, anos depois, durante a gravidez, ela mesma desenvolveu a mesma condição, agravada por complicações da hipertensão. Desde 2016, dependia de sessões exaustivas de hemodiálise e, em 2017, entrou na lista de espera para um transplante, mas nunca encontrou um doador compatível.
A revolução do xenotransplante
O rim transplantado em Towana passou por dez modificações genéticas para reduzir as chances de rejeição. Entre as alterações, foram removidos três antígenos responsáveis por desencadear a resposta imunológica humana e um receptor de hormônio de crescimento suíno, para impedir que o órgão ficasse desproporcional ao corpo humano. Além disso, seis genes humanos foram inseridos para torná-lo mais compatível.
Ainda não há previsão de quanto tempo o rim funcionará, mas os médicos seguem monitorando seu progresso. Caso haja falha, a paciente poderá voltar a fazer diálise. “Não sabemos exatamente quais são os próximos desafios, pois é a primeira vez que chegamos tão longe”, explicou Montgomery.