Idosos do Cras Beatriz levam a alegria da Páscoa aos moradores da Asan
A Páscoa este ano chegou mais cedo para os mais de 80 vovôs e vovós que vivem na Associação de Auxílio aos Necessitados (Asan), no Bairro Bom Jesus. E chegou na manhã desta quarta-feira, dia 16, pelas mãos de outras dezenas de vovôs e vovós que frequentam de segunda a sexta-feira o Centro de Convivência da Melhor Idade (CCMI) do Cras Beatriz Frantz Jungblut. Ao som do Hino da Terceira Idade, eles adentraram o salão vestindo as camisetas verdes do projeto, cantando, dançando e distribuindo sacolinhas recheadas de mimos, feitas por eles mesmos durante os encontros da oficina de artesanato.
Acompanhando o grupo, a coordenadora do CCMI, Silnara Noronha, que há 13 anos é responsável pelo projeto, se emocionou ao falar da ação, que vem sendo preparada durante toda a Quaresma. A ideia, segundo ela, foi fazer algo diferente este ano e levar um pouco de amor e carinho a outros idosos, que não tem a mesma autonomia. “ Me emociono só de falar. Eles fizeram as sacolinhas todas de papel pardo e as mãozinhas chegaram a ficar dormentes, aí eles colocavam um pouquinho na água para poder continuar”, contou.
Sob a orientação da oficineira voluntária Ana Júlia Ferreira, que já trabalhou no Cras como servidora antes de se aposentar, o grupo confeccionou 82 sacolinhas de papel e decorou uma a uma com ilustrações coloridas, recortadas e aplicadas em cada embalagem. No interior das sacolinhas, que foram entregues acompanhadas de um cartãozinho com desejos de feliz páscoa, estavam pequenos presentes como chocolates, bolachinhas que eles mesmos prepararam, toalhinha e sabonete. Além dos mimos foram entregues na direção da instituição alguns pacotes de fraldas e lencinhos umedecidos.
A alegria era visível nos rostinhos, tanto de quem oferecia quanto de quem aceitava o gesto de carinho. Foi o caso das irmãs Elizabete de Siqueira Rodrigues, 65 anos, e de Ortenila Severo, 70 anos, que protagonizaram um encontro cheio de afeto na manhã desta quarta-feira. A mais nova frequenta diariamente o Cras Beatriz e contou que a irmã está há cinco anos na Asan, tem diagnóstico de Alzheimer, mas está feliz e amparada. “Vim trazer uns bombonzinhos, agradeço a Deus todos os dias, rezo muito por ela e sei que aqui ela está sendo muito bem cuidada”, contou em meio a um abraço apertado.
Também contente estava o aposentado Dorgério Corrêa da Rosa, 86 anos, que há mais de uma década é frequentador assíduo do Cras Beatriz. Apesar da asma persistente, adquirida em decorrência do trabalho árduo na produção de cal – ofício que lhe permitiu prover o sustento de oito filhos -, ele se mantém ativo, pratica exercícios físicos e faz questão de externar a união entre os parceiros de grupo em torno de uma boa causa, como da da visita à Asan. “Fizemos bingo, guardamos o nosso dinheirinho, cada um deu um pouquinho e juntamos 700 contos”, comemorou.
A manhã teve ainda outras cenas marcantes como a do convívio entre diferentes gerações. Atenta a tudo, a pequena Manuela Allgayer, 10 anos, acompanhou a avó Rosalina Morais da Silva, 60 anos, na visita à Asan, e observava tudo com uma expressão de encantamento no rosto.
E para fechar com chave de ouro, um momento revelação. A chegada da secretária municipal de Desenvolvimento Social e Inclusão e primeira dama, Fátima Alves da Silva, causou alvoroço e ela foi cercada pelo carinho dos residentes. Porém foi na hora de soltar a voz, tocar pandeiro e mostrar seu talento musical, interpretando a canção Menina da Aldeia, que ela conquistou ainda mais a plateia. “A gente pode ter uma série de situações difíceis e às vezes até tristes ao longo do dia, mas quando chega aqui a tristeza se dissipa, vai embora, e é só alegria. Fico feliz em ver que as pessoas aqui estão felizes e no que depender da prefeitura o mínimo não vai faltar”, declarou a secretária.
