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Excesso de telas em crianças: uma preocupação crescente com sintomas semelhantes ao autismo

Especialistas têm alertado sobre os impactos negativos do uso excessivo de telas — celulares, tablets, computadores e televisores — no desenvolvimento infantil. Embora as telas não sejam responsáveis por causar o autismo, a exposição prolongada pode desencadear comportamentos que lembram os sintomas do transtorno, como dificuldade de interação social, irritabilidade, repetição de ações e falas, além de atraso no desenvolvimento da fala.

O caso de Breno: uma mudança surpreendente

Nadia David Peres, mãe de Breno, de três anos, relata como o filho apresentava comportamentos semelhantes ao autismo, como birras excessivas, dificuldade de manter contato visual e agressividade. Após orientação médica, a redução drástica do tempo de tela trouxe mudanças significativas em apenas duas semanas. “Ele passou a interagir mais, diminuiu as birras e está muito mais feliz”, destaca Nadia.

Efeitos do excesso de telas

O neuropediatra Anderson Nitsche, do Hospital Pequeno Príncipe, explica que as telas podem “roubar oportunidades de aprendizado” essenciais para a socialização e desenvolvimento de habilidades. A psicóloga e neurocientista Mayra Gaiato complementa que o consumo excessivo de conteúdos audiovisuais libera dopamina em excesso no cérebro, o que pode gerar vícios, irritabilidade e dificuldades sociais.

Termos recentes para o fenômeno

Pesquisadores têm começado a nomear o problema. Termos como “síndrome de superexposição à mídia” e “autismo virtual” descrevem quadros em que crianças expostas a mais de quatro horas diárias de telas apresentam sintomas similares ao transtorno do espectro autista (TEA). Contudo, esses conceitos ainda não são consenso científico.

Reversibilidade dos sintomas

A boa notícia é que, em muitos casos, os sintomas regridem com a redução ou eliminação das telas. Estudos e observações clínicas mostram que crianças retomam padrões de comportamento adequados para a idade após mudanças na rotina.

Orientações para famílias

  • Limite o uso de telas: O ideal é que crianças pequenas passem o mínimo de tempo possível em frente a dispositivos eletrônicos.
  • Estimule brincadeiras offline: Invista em jogos, livros e atividades que promovam a interação social.
  • Acompanhe o desenvolvimento: Monitore sinais de melhora ou persistência dos sintomas e procure ajuda especializada, se necessário.

As telas, quando usadas de forma moderada e sob supervisão, podem ser aliadas no aprendizado. Porém, o equilíbrio é fundamental para garantir um desenvolvimento saudável na infância.

Fonte
com informações do G1

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