
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, pretende emitir uma ordem executiva que resultará na dispensa de aproximadamente 15 mil militares transgêneros das Forças Armadas do país.
A informação foi divulgada pelo jornal britânico The Times e alinha-se às promessas de campanha do republicano, que busca reverter as políticas de inclusão adotadas pelo governo de Joe Biden.
Trump, que tomará posse em janeiro, já anunciou publicamente sua intenção de barrar futuros alistamentos de pessoas trans e restaurar a proibição que ele mesmo implementou durante seu primeiro mandato, em 2017.
Na ocasião, a medida havia revogado uma decisão de Barack Obama que permitia a presença de militares trans nas forças armadas.
“Esses preciosos dólares dos contribuintes deveriam ser destinados a cuidar de nossos veteranos necessitados, não para reembolsar experimentos radicais de gênero para a esquerda comunista. Também restaurarei a proibição de transgêneros nas forças armadas”, declarou Trump em comício recente.
Entre os objetivos do presidente eleito está também o corte de financiamento para cirurgias de redesignação de gênero pelo Departamento de Assuntos de Veteranos, redirecionando esses recursos para o atendimento de veteranos em situações de vulnerabilidade.
Alinhamento político
A medida conta com o apoio de Pete Hegseth, indicado por Trump para assumir o cargo de secretário de Defesa. Hegseth defende que a presença de militares transgêneros traz “complicações” às forças armadas, justificando a exclusão como uma forma de priorizar a “prontidão operacional”.
Durante seu governo, Biden reverteu as restrições de Trump em 2021, permitindo que militares transgêneros servissem de acordo com sua identidade de gênero e garantindo o acesso a tratamentos médicos relacionados à transição. A política foi celebrada por organizações de direitos humanos e grupos de defesa LGBTQIA+, que veem na nova proposta de Trump uma ameaça ao progresso alcançado.
Impacto social e críticas
A possível expulsão de milhares de militares trans dos quadros das forças armadas já levanta debates sobre as implicações para a inclusão e a diversidade nos EUA. Especialistas destacam que a política de exclusão poderá enfrentar resistência dentro do Congresso e de setores da sociedade americana.
Grupos de defesa dos direitos LGBTQIA+ criticam a medida como discriminatória e prejudicial à coesão das tropas. Já apoiadores de Trump defendem que a decisão reflete uma preocupação com a eficiência militar e a alocação de recursos públicos.