
Durante uma coletiva de imprensa a bordo de seu voo de retorno a Roma, após sua turnê por quatro nações da Ásia, o Papa Francisco fez declarações fortes sobre as políticas dos dois principais candidatos à presidência dos Estados Unidos. Sem citar diretamente os nomes de Donald Trump e Kamala Harris, o pontífice criticou ambos por adotarem posições que, segundo ele, são contrárias à vida.
“Ambos são contra a vida, seja quem expulsa migrantes ou quem apoia a morte de bebês”, afirmou Francisco, referindo-se às políticas de imigração e aborto, dois temas centrais para a Igreja Católica. Ele também ressaltou que, embora não seja americano e, portanto, não votará, os católicos dos EUA têm a responsabilidade de escolher o “mal menor” nas urnas.
O Papa tem sido uma voz contundente em prol dos migrantes durante seu pontificado, defendendo seu direito de buscar melhores condições de vida, como descrito nas Escrituras. “A migração é um direito, e quem não segue o chamado bíblico para acolher o estrangeiro comete um pecado grave”, disse o Papa, reiterando sua posição contrária a políticas que rejeitam migrantes.
Quanto ao tema do aborto, Francisco foi igualmente claro: “Fazer um aborto é matar um ser humano. Pode-se gostar ou não da palavra, mas é matar”, afirmou, pedindo que a realidade desse ato seja encarada com clareza.
Questionado sobre como os católicos deveriam proceder nas eleições, o pontífice destacou o dever cívico de votar e a necessidade de escolher o “mal menor”, deixando a decisão final para a consciência de cada eleitor.
Essa não é a primeira vez que o Papa Francisco comenta sobre eleições nos Estados Unidos. Em 2016, ele criticou o plano de Trump de construir um muro na fronteira com o México, afirmando que “quem constrói muros para afastar migrantes não é cristão”.