
As forças de segurança da Venezuela cercaram a Embaixada da Argentina em Caracas na noite de sexta-feira (6), segundo relatos da oposição venezuelana. A embaixada, que está sob custódia do Brasil desde o final de julho, quando o governo de Nicolás Maduro expulsou os representantes argentinos, tornou-se um novo foco de tensão diplomática na crise política do país.
O cerco aconteceu enquanto seis membros do Comando Nacional de Campanha da oposição venezuelana estavam asilados dentro da embaixada. De acordo com Omar Gonzalez Moreno, membro do partido opositor Vente Venezuela, a energia elétrica do local foi cortada durante a ação. Ele, assim como os demais opositores, permanece abrigado na missão diplomática.
Imagens publicadas nas redes sociais mostram veículos das forças de segurança venezuelanas estacionados ao redor do edifício, com luzes de emergência intermitentes. Um veículo policial ainda estava presente na manhã deste sábado (7), reforçando o ambiente de vigilância e intimidação.
O Itamaraty se pronunciou sobre a situação, enfatizando que o Brasil segue comprometido em proteger os asilados e em manter a representação dos interesses argentinos na Venezuela. Segundo o comunicado, “O foco no momento é garantir que todos que estão na embaixada fiquem bem.” O governo brasileiro também afirmou que, caso a Venezuela queira revogar a autorização para essa custódia, deverá aguardar a escolha de um novo país substituto.
As necessidades básicas dentro da embaixada, incluindo o abastecimento de alimentos e serviços, continuam sendo garantidas por funcionários venezuelanos locais, contratados pela Argentina, que possuem autorização para transitar livremente entre o local e suas residências.
Até o momento, o governo de Nicolás Maduro não emitiu nenhuma declaração oficial sobre o cerco à embaixada, intensificando as preocupações sobre a segurança dos asilados e o impacto dessa situação na já conturbada relação diplomática entre Venezuela e Argentina.