A família envolvida em um incidente com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), apresentou um pedido formal de desculpas na quarta-feira (28). A petição foi protocolada na Corte e busca evitar o prosseguimento do processo penal que tramita no STF, sob relatoria do ministro Dias Toffoli.
O caso remonta a julho de 2023, no Aeroporto de Roma, Itália. Segundo investigações da Polícia Federal (PF), o empresário Roberto Mantovani Filho teria cometido injúria contra Alexandre Barci de Moraes, filho do ministro. O episódio incluiu acusações verbais, como “bandido, comunista e comprado”, e, de acordo com Moraes, até mesmo uma agressão física leve, contestada pela defesa.
Além de Roberto Mantovani Filho, sua esposa, Andreia Munarão, e o genro, Alex Zanatta Binotto, foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelos crimes de calúnia, injúria e, potencialmente, por atentado ao Estado Democrático de Direito.
Pedido de desculpas e consequências jurídicas
Na petição, os denunciados expressam retratação pelas ofensas e solicitam a presença do ministro e de seus familiares para um pedido de desculpas formal. “Comparecemos reverentemente à presença de Vossa Excelência […] para nos retratarmos com as vítimas”, diz um trecho do documento.
Caso o ministro aceite o pedido, o processo pode ser encerrado, extinguindo as penas cabíveis. Contudo, não há confirmação por parte de Moraes ou da Corte sobre uma eventual aceitação.
A tentativa frustrada de usar imagens do aeroporto
Em agosto, a defesa de Roberto Mantovani solicitou a inclusão de imagens do incidente no aeroporto como forma de contestar a narrativa apresentada pelo ministro. O pedido foi negado por Dias Toffoli, que argumentou que a identidade dos envolvidos já estava confirmada, tornando as imagens desnecessárias ao inquérito.
