
O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) recomendou, nesta quinta-feira (19), a reintrodução do horário de verão em 2024.
Caso a medida seja aprovada, os relógios seriam adiantados em uma hora logo após o segundo turno das eleições municipais, com o objetivo de deslocar o pico de consumo de energia para horários com maior geração solar, reduzindo assim a necessidade de ativar usinas termelétricas, que são mais caras e poluentes.
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) defende a medida como uma solução para evitar o uso de usinas termelétricas durante o pico de consumo.
De acordo com o CMSE, o horário de verão poderia gerar uma economia significativa, estimada em R$ 400 milhões durante o período em que estivesse em vigor, além de poupar cerca de 2,5 gigawatts (GW) de energia diariamente no horário de maior demanda.
Apesar da recomendação, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, mostrou cautela em relação à necessidade de retomar o horário de verão, argumentando que há “tranquilidade” quanto ao fornecimento de energia.
Silveira afirmou que ainda está analisando outras alternativas, como a antecipação de novas linhas de transmissão e ajustes na operação da usina de Belo Monte, antes de tomar uma decisão final sobre o retorno da medida.
A decisão final sobre o retorno do horário de verão caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A escolha levará em consideração não apenas aspectos técnicos, mas também fatores políticos e sociais, já que a alteração impacta diretamente a rotina da população.
Plano de contingência
A recomendação do CMSE faz parte de um plano de contingência apresentado pelo ONS, que tem como objetivo garantir a segurança no fornecimento de energia, especialmente em momentos de maior demanda.
O plano também inclui ações voltadas ao sistema elétrico interligado do país e ao estado de Roraima, que não faz parte do sistema nacional.
O horário de verão, que foi extinto em 2019, durante o governo de Jair Bolsonaro, agora retorna ao debate como uma possível solução para otimizar o consumo energético e evitar o uso excessivo de usinas térmicas em períodos críticos.
Na ocasião da sua extinção, o governo alegou que os avanços tecnológicos e mudanças nos padrões de consumo reduziram a eficácia da medida em termos de economia de energia.
A possível reintrodução do horário de verão, caso adotada, será anunciada nos próximos dias.