O ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a negar qualquer envolvimento em planos de golpe de Estado em declarações feitas nesta segunda-feira (25), ao desembarcar no aeroporto de Brasília após viagem a Maceió (AL).
Bolsonaro foi indiciado pela Polícia Federal (PF) por tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa, mas classificou a hipótese como uma “loucura”.
“Eu nunca debati golpe com ninguém. Se alguém viesse falar de golpe comigo, eu perguntaria: ‘E o day after? Como a gente fica perante o mundo?’”, afirmou o ex-presidente, argumentando que um suposto golpe traria consequências drásticas para o país.
Ele declarou ainda que todas as medidas adotadas por ele durante o período eleitoral e de transição foram realizadas “dentro das quatro linhas da Constituição”.
A PF enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) na última sexta-feira (22) o relatório final das investigações sobre ações que, segundo o órgão, tinham o objetivo de minar a democracia brasileira após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022. No documento, 37 pessoas foram indiciadas, entre elas Bolsonaro, ex-ministros de Estado e 25 militares.
Bolsonaro: “Golpe é uma loucura”
Nas declarações à imprensa, Bolsonaro ironizou as acusações e afirmou que não havia lógica em um suposto golpe liderado por ele. “Vamos supor até que eu fizesse essa loucura. Como é que fica o Brasil no dia seguinte? O mundo levantaria barreiras contra a gente, viraria um inferno aqui. Ninguém quer isso. Golpe com militares da reserva e cinco da ativa? Pelo amor de Deus!”, disse.
O ex-presidente também minimizou a tese de golpe antes da posse do atual presidente, argumentando que esse tipo de ação só poderia ser dirigido contra um governo em exercício. “Golpe existe em cima de uma autoridade constituída, que já tomou posse. O Lula já tinha tomado posse? Só se fosse em cima de mim o golpe.”
