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Bolsonaro confirma que pagou R$ 900 mil no PIX em reforma de casa

Durante uma operação de busca e apreensão na sede do Partido Liberal (PL), em Brasília, a Polícia Federal (PF) encontrou um contrato de reforma no valor de R$ 900 mil relacionado à casa de praia do ex-presidente Jair Bolsonaro, localizada em Angra dos Reis, Rio de Janeiro.

O documento foi anexado ao inquérito que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado em 2022, no qual Bolsonaro foi indiciado há duas semanas.

O contrato, datado de 11 de outubro de 2023, chamou a atenção dos investigadores pela discrepância entre o valor da reforma e o preço declarado do imóvel.

De acordo com a declaração de bens apresentada por Bolsonaro ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2022, a casa era avaliada em R$ 98.500.

Contudo, uma corretora da região estimou que o imóvel, após a reforma, pode valer cerca de R$ 2,5 milhões, considerando sua localização privilegiada na Vila Histórica de Mambucaba, próximo à praia.

Detalhes do contrato

O documento descreve um pagamento inicial de R$ 270 mil (30% do valor total), seguido de quatro parcelas de R$ 135 mil e um pagamento final de R$ 90 mil, previsto para a conclusão das obras.

O prazo de execução estipulado era de 100 dias úteis. Apesar disso, o contrato apresenta uma irregularidade: ele foi assinado apenas pela empresa de engenharia responsável pela reforma, sem a assinatura de Bolsonaro.

Segundo a PF, a ausência de informações detalhadas sobre as melhorias realizadas e a falta de assinatura do ex-presidente no contrato levantam dúvidas sobre a origem dos recursos e a veracidade do documento.

Resposta de Bolsonaro

Após a divulgação da informação, Jair Bolsonaro confirmou o pagamento da reforma, afirmando que o valor foi quitado à vista via PIX. Ele alegou ainda que o imóvel foi adquirido por sua família na década de 1990, mas não comentou a discrepância entre o valor declarado e a estimativa atual.

A legislação brasileira não exige a atualização dos valores de imóveis declarados ao TSE, uma prática comum entre políticos. Ele também não explicou a origem dos recursos utilizados para a obra.

Fonte
Foto: Carolina Antunes/PR

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