Aeroclube de Santa Cruz recebe homenagem na Câmara de Vereadores

Numa iniciativa do vereador Professor Cléber (União Brasil), foi realizada uma sessão solene em homenagem aos 90 anos de atividades do Aeroclube Santa Cruz. A sessão foi conduzida pelo presidente Gerson Trevisan, sendo que mesa foi composta pelo secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, César Cechinatto; pelo presidente do Aeroclube Santa Cruz, Wilson Holtz; pelo tenente-coronel Plínio Rangel Jatobá de Oliveira, representando o 7º Batalhão de Infantaria Blindado e por Macsuel Durante, diretor de Instrução e Examinador Credenciado.

O vereador Professor Cleber apresentou o histórico do Aeroclube de Santa Cruz do Sul que completou no último domingo, dia 25 de agosto, 90 anos de atividades. Fundado em 1934 por iniciativa dos amigos Ottmar Reichert, Hugo Reichert, João Carlos Kolberg, Willy Stahl, Rudolfo Stahl e Lauro João Holst, a instituição evoluiu ao longo das décadas e se tornou uma das referências em formação de pilotos no Rio Grande do Sul.

Hoje são oferecidos cursos de piloto privado e comercial e as habilitações de instrução de vôo e vôo por instrumentos, em cinco aeronaves (monomotor), para alunos matriculados diferentes modalidades.

Quem ingressa no aeroclube sem nunca ter entrado em um avião consegue se tornar um piloto profissional a partir da formação oferecida no local.  O processo é semelhante à obtenção de uma Carteira Nacional de Habilitação (CNH) para dirigir automóveis. Os alunos passam por uma prova teórica, aplicada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), exames de saúde e, por fim, a prova prática também realizada pela agência reguladora.

O Aeroclube de Santa Cruz do Sul se destaca em nível estadual, regional e até mesmo nacional, pela qualidade do ensino e também pelo custo mais acessível da hora de vôo. Recentemente, a Anac certificou o local como um Centro de Instrução de Aviação Civil (Ciac).

Em meio à crise provocada pelo desastre ambiental da chuva, no mês de maio, o aeroporto Luiz Beck da Silva foi importante ponto para chegada de doações vindas de aeronaves de todo o País, e que foram distribuídas para o Vale do Rio Pardo, Taquari, Centro Serra e Central.

O secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, César Cechinatto, disse que o a pista do aeroporto atualmente 1180 metros e com as cabeceiras tem 1300 metros, em condições de comportar um vôo direto para São Paulo. “Se melhorarmos um pouco mais as cabeceiras, poderemos melhorar ainda mais as condições do aeroporto”.

Ele disse que durante a crise a pista foi importante para remoção de pessoas com problemas de saúde e de atendimento a população regional atingida. Em maio houve mais de 240 pousos e decolagens, em alguns dias com mais de 60 pousos e decolagens. “E isso devemos graças ao trabalho da equipe do aeroclube, fazendo as aeronaves pousar em segurança”. Ele ainda anunciou que nesta semana deve ser encaminhado ao Legislativo projeto de lei para a abertura de rubrica para a licitação do balizamento noturno do Aeroporto Luiz Beck da Silva, possibilitando vôos noturnos.

Fundação

O presidente do Aeroclube Santa Cruz, Wilson Hoeltz, destacou que o primeiro presidente da entidade foi Luiz Beck da Silva, que redigiu o primeiro estatuto e, posteriormente, levou o nome do aeroporto em Linha Santa Cruz.

Em 1959 houve um grande vendaval que destelhou os hangares existentes e quatro aeronaves do aeroclube, que na época ocupava um espaço no terreno que hoje abriga a Metalúrgica Mor. O terreno, que estava na área do município de Rio Pardo, pertencia a Arthur Walter Kampf, que posteriormente foi eleito prefeito do município.

Com o vendaval, que destruiu tudo, houve o movimento para que o aeropporto se instalasse em novo lugar. O então prefeito Edmundo Hoppe adquiriu a atual área na Linha Santa Cruz. O então presidente do aeroclube era Arno Heppler, que atuava na empresa fumageira Lopes e Sá, em Vila Teresa (hoje Vera Cruz), que faleceu em meio a isso. Orlando Martins assumiu o aeroclube, sendo que Heppler já havia adquirido via a empresa Lopes e Sá, a estrutura para a construção do primeiro hangar.

“A agilidade para a construção do hangar foi para receber uma nova aeronave, que foi conseguida pelo deputado estadual Siegfried Heuser, do DAC, que foi trazida de Borucatu (SP). Sendo que, enquanto o hangar não estava pronto, ela ficou amarrada em Plátanos em Vera Cruz”, relembra o presidente Wilson Hoeltz.

Posteriormente ainda assumiram o aeroclube Ivo Forster, o jornalista Roni Forster,  Hélio Antônio Seidel, Jair Raup, Jorge Marcinyak, Edison Loretto, Renê Karnopp (de Candelária) e Luís Pacheco. Ainda menciona como figuras importantes Gilberto Menegacci, Elenor Martin, Osmar Hermes (responsável pela manutenção das aeronaves) e Valter Lúcio Severo.

Segundo Wilson, para marcado os 90 anos da entidade, o aeroclube está buscando a apresentação da esquadrilha da fumaça em Santa Cruz durante a Oktoberfest, em outubro. “Sabemos que no dia 12 eles estarão ou em Santa Maria ou em Canoas, nas respectivas bases aéreas. Por isso, queremos que incluam um roteiro por Santa Cruz do Sul”.