
O Papa Francisco, de 88 anos, segue internado no hospital Gemelli, em Roma, desde sexta-feira, 14 de fevereiro, para o tratamento de uma infecção respiratória polimicrobiana. O pontífice enfrenta um quadro clínico complexo, que exige mudanças nos medicamentos e mais tempo de hospitalização. A infecção, que combina vírus, bactérias, fungos e parasitas, trouxe complicações para a saúde do Papa, que enfrenta dificuldades respiratórias desde as últimas semanas.
Segundo Matteo Bruni, porta-voz do Vaticano, o Papa foi diagnosticado com uma infecção no trato respiratório, o que o levou a um estado de “repouso absoluto”, conforme prescrição médica. A equipe de médicos que acompanha Francisco informou que sua leve febre já desapareceu, mas a situação continua delicada, o que deve resultar em mais dias de hospitalização. Apesar do quadro grave, o Papa mantém-se consciente e realizou atividades simples, como ler jornais e tomar café da manhã, na manhã de segunda-feira, 17.
O pontífice, que já havia enfrentado problemas respiratórios no passado, quando perdeu parte de um pulmão em sua juventude, tem demonstrado uma resistência admirável, sendo conhecido por seu ritmo de trabalho intenso. Mesmo com a recente internação e dificuldades para respirar, Francisco insistiu em cumprir compromissos importantes até o último momento. Ele chegou a presidir suas audiências matinais de sexta-feira, antes de ser admitido no hospital.
Essa internação ocorre após semanas de dificuldades respiratórias e segue uma série de complicações de saúde enfrentadas pelo Papa nos últimos anos, incluindo cirurgias no intestino e dores no joelho. Tais problemas têm levantado especulações sobre sua permanência no cargo, especialmente após a renúncia de Bento XVI, que abdicou em 2013 devido à idade avançada.
Em 2013, Francisco escreveu uma carta de renúncia como precaução para o caso de enfrentar problemas de saúde graves que o impedissem de liderar a Igreja Católica. No entanto, o Papa reforçou que não tem planos de renunciar, reiterando que o papado deve ser vitalício, como tradicionalmente é. Ele reconheceu, porém, que em circunstâncias extremas, sua renúncia poderia ser uma opção, mas apenas se sua condição física impedisse suas funções essenciais.
Com um próximo compromisso marcado para quarta-feira, 19 de fevereiro, Francisco deve presidir sua audiência geral semanal, mas sua participação ainda é incerta, dada a gravidade do quadro clínico atual. Além disso, ele está agendado para presidir no domingo, 23, a ordenação de diáconos, mas também poderá ser forçado a cancelar esse evento devido à sua saúde fragilizada.