O Vaticano divulgou nesta segunda-feira (21) o testamento do papa Francisco, que faleceu aos 88 anos. Em suas últimas vontades, o pontífice argentino, primeiro papa jesuíta e o primeiro da América Latina, pediu que sua sepultura seja simples, sem ornamentos, e com apenas uma palavra gravada na lápide: Franciscus.
Francisco expressou o desejo de ser sepultado na Basílica Papal de Santa Maria Maggiore, em Roma, local de profunda devoção mariana e que frequentava com assiduidade. Era comum que o papa passasse pelo santuário antes de iniciar ou ao retornar de viagens apostólicas, em oração diante da imagem da Salus Populi Romani, considerada padroeira do povo romano.
“O sepulcro deve estar na terra; simples, sem ornamentos especiais, e com a única inscrição: Franciscus”, escreveu o pontífice. Ele solicitou que seus restos mortais repousem entre a Capela Paulina e a Capela Sforza, na nave lateral da basílica, onde já descansam os corpos de outros sete papas: Clemente VIII, Clemente IX, Paulo V, Sixto V, Pio V, Nicolau IV e Honório III.
O documento também revela a serenidade com que o papa enfrentou seus últimos dias e o sofrimento físico decorrente dos problemas de saúde que enfrentava. “O sofrimento que esteve presente na parte final da minha vida, ofereci ao Senhor pela paz no mundo e pela fraternidade entre os povos”, escreveu.
Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio, assumiu o papado em 2013, após a renúncia de Bento XVI, e deixa um legado marcado pela simplicidade, pela defesa dos pobres e marginalizados, e pela promoção do diálogo inter-religioso e da ecologia integral.
O testamento ainda indica que os custos da sepultura serão cobertos por um benfeitor anônimo, previamente designado por Francisco. A quantia será repassada à administração da Basílica por meio de Monsenhor Rolandas Makrickas, responsável pelo santuário.
O corpo de Francisco será velado no Vaticano e posteriormente trasladado para Santa Maria Maggiore, onde o enterro ocorrerá conforme seu desejo: com humildade, fé e discrição.
