
O novo modelo de crédito consignado para trabalhadores com carteira assinada (CLT), chamado de Crédito do Trabalhador, registrou a liberação de R$ 1,28 bilhão em empréstimos na primeira semana de operação. Os dados são da Dataprev e foram divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) nesta quinta-feira (27).
Desde a entrada em vigor, no dia 21 de março, o programa recebeu 11,6 milhões de solicitações, das quais 193.744 foram aprovadas e formalizadas em contrato. O valor médio contratado por trabalhador ficou em R$ 6.623,48, com parcelas médias de R$ 347,23 e prazo de pagamento de cerca de 19 meses.
Mais opções de crédito e taxas competitivas
O Crédito do Trabalhador surge como uma alternativa mais acessível em comparação a outras linhas de empréstimo, como o rotativo do cartão de crédito. A modalidade está disponível para cerca de 47 milhões de trabalhadores formais, incluindo empregados domésticos, rurais e contratados por Microempreendedores Individuais (MEIs), que anteriormente não tinham acesso ao consignado privado.
O governo federal projeta que, até 2029, aproximadamente 25 milhões de trabalhadores tenham aderido à modalidade.
Bancos ampliam participação a partir de abril
Atualmente, os trabalhadores podem solicitar o crédito por meio da Carteira de Trabalho Digital. No entanto, a partir de 25 de abril, a oferta será ampliada, com os bancos passando a disponibilizar a linha diretamente em suas plataformas digitais. Em junho, será liberada a possibilidade de portabilidade do crédito entre diferentes instituições financeiras, permitindo aos clientes buscarem melhores condições.
Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), a expectativa é que a entrada dos grandes bancos impulsione ainda mais o volume de contratações. Atualmente, Bradesco, Itaú, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal já oferecem a modalidade pelo aplicativo da Carteira de Trabalho Digital, enquanto o Santander ainda avalia sua adesão.
Cautela na contratação
O ministro em exercício do Trabalho e Emprego, Francisco Macena, reforçou a necessidade de cautela na contratação. “É fundamental não agir com ansiedade, avaliando cuidadosamente as condições e buscando a proposta mais vantajosa. É recomendável, inclusive, aguardar a apresentação de ofertas de um maior número de instituições financeiras”, destacou.
Ainda segundo as regras do programa, o trabalhador pode cancelar o empréstimo dentro de sete dias corridos após o recebimento do crédito, devolvendo o valor integral à instituição financeira. Caso encontre condições melhores em outro banco, também poderá migrar o contrato sem prejuízos financeiros.
Com a ampliação da oferta e maior adesão dos bancos, a tendência é que o Crédito do Trabalhador se consolide como uma alternativa viável para quem busca condições mais acessíveis de financiamento.