
A Organização Meteorológica Mundial (OMM) divulgou nesta segunda-feira (12) um relatório durante a COP29, a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, realizada no Azerbaijão.
Segundo o documento, 2024 pode se consolidar como o ano mais quente da história, com a temperatura média global entre janeiro e setembro alcançando 1,54°C acima dos níveis pré-industriais.
Este aquecimento foi impulsionado pelo fenômeno climático El Niño e pelo aumento contínuo de gases causadores do efeito estufa.
O relatório, intitulado Estado do Clima 2024, também aponta que o período entre 2015 e 2024 será o mais quente já registrado, marcando um ciclo de anos cada vez mais extremos em termos de clima. Ciclones, chuvas recordes e ondas de calor severas são alguns dos eventos que se tornaram mais frequentes e intensos.
A secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, destacou o objetivo de manter o aquecimento a longo prazo abaixo dos 2°C e, idealmente, limitar a 1,5°C.
Embora as anomalias climáticas anuais possam ser influenciadas por eventos como o El Niño, o cenário geral de aquecimento é o principal foco de contenção do Acordo de Paris. “Cada incremento de aquecimento traz novos desafios, aumentando o impacto de eventos como secas severas, incêndios florestais e inundações devastadoras”, alertou Saulo.
COP29 e financiamento climático
A COP29, que teve início no Azerbaijão nesta segunda-feira (11), traz em sua pauta o debate sobre recursos para mitigação climática, com uma meta: levantar até US$ 1 trilhão em financiamento anual para apoiar os países em desenvolvimento na adaptação aos impactos da mudança do clima.
A quantia substituiria a meta anterior de US$ 100 bilhões, considerada insuficiente após uma série de desastres climáticos que reforçaram as demandas desses países por maior assistência financeira.
A OMM também destaca a necessidade de ampliar os serviços de monitoramento climático e os sistemas de alerta antecipado para enfrentar os eventos climáticos extremos e reduzir os danos, especialmente em regiões mais vulneráveis.