Inter tem prejuízo de R$ 90 milhões por conta das enchentes

O Sport Club Internacional enfrenta uma situação financeira delicada após as enchentes de maio, que causaram um prejuízo estimado em R$ 90 milhões.
O clube, que já vinha lidando com uma dívida crescente, viu suas receitas caírem significativamente, além de sofrer com danos estruturais em suas instalações.
A informação foi divulgada em uma coletiva de imprensa realizada na sexta-feira (20), no CT Parque Gigante, em Porto Alegre, onde a direção detalhou os impactos e as medidas tomadas para enfrentar a crise.
Durante o encontro, o presidente do clube, Alessandro Barcellos, juntamente com membros do Conselho de Gestão, apresentou os números que compõem esse prejuízo.

As perdas incluem R$ 19 milhões em danos materiais, que afetaram tanto o estádio Beira-Rio quanto o Centro de Treinamentos, além de equipamentos e vestiários.
Outros R$ 7 milhões foram gastos em logística e R$ 5 milhões se referem à inadimplência de sócios.
A situação também impactou o rendimento esportivo da equipe, resultando em uma perda estimada de R$ 33 milhões em premiações esportivas, já que o time enfrentou dificuldades para treinar e competir devido à impossibilidade de utilizar suas instalações.
Além disso, o clube deixou de arrecadar R$ 25 milhões em novos associados, valor que havia sido projetado para 2024.
Apesar desses desafios, a direção do Inter assegura que os salários de jogadores e funcionários estão sendo pagos em dia.
Ajuda limitada e endividamento crescente
Apesar da gravidade da situação, o Internacional recebeu apenas R$ 2 milhões da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para cobrir despesas logísticas.
Até o momento, o clube não obteve apoio do governo federal, algo que outras empresas afetadas pelas enchentes conseguiram. A direção segue em negociações com instituições financeiras como o BNDES, além de buscar benefícios fiscais, mas os avanços ainda são limitados.
A crise financeira enfrentada pelo Inter também se reflete em seu endividamento.
A previsão é de que a dívida do clube atinja R$ 693,9 milhões até o final de 2024, um aumento em relação aos R$ 657,9 milhões registrados no ano anterior.
Mesmo com a redução da folha salarial do futebol profissional, que caiu para R$ 13,5 milhões mensais no segundo semestre, e com a venda de jogadores, a recuperação financeira do clube será desafiadora.
O Inter já arrecadou R$ 114 milhões com a venda de atletas, próximo à meta de R$ 135 milhões estabelecida no orçamento.
No entanto, novas negociações devem ocorrer para que o clube atinja ou até mesmo ultrapasse esse valor.
Planos para 2025
Para o próximo ano, o Internacional pretende adotar estratégias mais agressivas na busca por receitas.
Uma das principais iniciativas será a emissão de títulos no mercado, com expectativa de arrecadar até R$ 200 milhões, montante que seria utilizado para quitar dívidas de curto prazo.
Outra prioridade será a renegociação de contratos de patrocínio, como o do Banrisul, que se encerra no final de 2024, com o objetivo de aproveitar o aquecimento do mercado esportivo para aumentar as receitas.
Em meio a esse cenário de desafios, a diretoria do Internacional segue trabalhando para garantir que o clube consiga fechar o ano com o menor déficit possível e, ao mesmo tempo, manter a competitividade dentro de campo.
As próximas janelas de transferências e renegociações de contratos serão cruciais para a recuperação financeira do Colorado.