O número de partidos políticos no Brasil pode saltar de 29 para 49 até as eleições de 2026, caso os 20 pedidos de registro atualmente em análise no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sejam aprovados. A possibilidade representa um crescimento de 69% no número de legendas e acende o alerta entre especialistas, que apontam o risco de agravamento da fragmentação partidária no Congresso Nacional — hoje já considerada uma das maiores do mundo.
Para obter o registro, cada sigla precisa atender a uma série de exigências, entre elas reunir mais de 547 mil assinaturas de eleitores distribuídas em pelo menos um terço dos Estados. Embora a maioria das propostas ainda esteja em fase inicial, com coleta de apoios, a movimentação preocupa partidos já estabelecidos, que temem a redução de suas fatias no Fundo Partidário e no tempo de propaganda eleitoral, divididos proporcionalmente entre todas as legendas registradas.
Especialistas ouvidos avaliam que, mesmo com a possibilidade legal de criação de novos partidos, poucos conseguem se manter ativos por conta das barreiras impostas pela legislação. A chamada cláusula de barreira, por exemplo, restringe o acesso aos recursos públicos para partidos que não elejam ao menos 11 deputados federais ou que não obtenham 2% dos votos válidos para a Câmara. Sem esses recursos, o desafio de consolidar uma base eleitoral se torna ainda maior.
